31.7.06

Então

Então eu vou SIM ao show do Chico, ingresso aqui na minha mão, tô namorando.
Então não tinha o mais caro e pertinho do palco. Só porque eu ganhei de aniversário, claro, se eu fosse pagar, teria.
Então tá muito frio, mesmo. Muito muito.

*Mary, o Renato Braz é esse aqui ó.

30.7.06

Postei, depois achei que estava meio que super-hiper-emputecida demais no post abaixo. Então acho que cabe esclarecer que eu não tenho nada contra quem faz faculdade privada, nem paga escola para os filhos, e etc. Essas coisas, como fato isolado. O que me irrita muito é a crise de percepção. E o preconceito, a soberba, esse ar de superioridade. No final acho que eu nem precisava explicar porque quem lê meu blog sabe disso, mas enfim, explicado está.
E na vida real, faz frio, garoa. E eu estou gostando, porque tenho essa mania de gostar de inverno no inverno, verão no verão (verão eu só gosto mesmo é na praia, mas tudo bem).
Tentei comprar ingressos para o show do ídalo, e já acabou a meia entrada para os primeiros shows. Sim, eles reservam 30% dos ingressos, dizem que é lei. Sem comentários. Agora resta tentar comprar para último final de semana, já que não ir ao show não é uma hipótese considerada aqui no meu mundo.
Falando em show, tenho que enfrentar a garoa para ver o Renato Braz daqui a pouco. E enfrentarei feliz da vida. O crítico da Folha disse que o Renato Braz ainda precisa ser descoberto. Eu digo que os ingressos esgotaram antes do show.
No mais, eu andava meio insatisfeita comigo mesma, assim, enquanto blogueira. Achando meu blog um SACO. E é claro que isso é reflexo do super bom humor vivido por esta que vos fala. Agora até que não estou achando mais tão chato assim, mas ainda acho que algumas mudanças se fazem necessárias. Quem viver [e visitar], verá.
*considerando que eu vivo alardeando coisas que nunca são feitas, é bem provável que não mude nada por aqui. veremos.

De frente para o mar, de costas para o Brasil

Muita gente, no Brasil, acha que é classe média. Acha isso com base no fato de ter um carro (e pagar um absurdo seguro porque vive também com medo de que seja roubado). Soma-se, muitas vezes, o fato de ter feito faculdade, numa dessas tantas empresas, que cobram, igualmente, preços absurdos para vender educação. Sim, eles compram, a classe média. A pseudo classe média também paga escola particular para os filhinhos - escolas que vendem educação, aquelas. A pseudo classe média se informa lendo revista. Aquela. É, eles são informados. Porque também assistem telejornal. Aquele. Vivem estourados no cheque especial e no cartão de crédito. Afinal, precisam viver como classe média. E pagam juros por isso. E depois, é por causa do povinho que esse país não vai para a frente.

28.7.06

Cotovelo

No elevador, descabelada, de havaianas e rumo à padaria, descubro que meu vizinho gatinho é gay. E pelo namorado lindo que estava com ele, bom, só posso dizer que é sorte dos dois. E como ela diz, a parte mais sensíveldo meu corpo, vendo aqueles dois saindo juntos, é o cotovelo.

27.7.06

Fofos

Sabe aquela história que os pais sempre tratam os filhos como quando eram crianças, nem que seja um bocadinho?
Entonces, para os meus pais, vale. Como presente de "defesa", me deram uma câmera digital (mil vezes oba!). Lembrei que, quando me formei, ganhei um discman super-hiper-bacana (que eu já consegui destruir).
Agora a pouco meu pai ligou, eu contei que já tirei umas fotos, e ele perguntou: gostou do presente, filha?
Puxa, há quase vinte e sete anos esse é o mesmo jeito dele falar comigo. E eu nunca senti que eles não perceberam que eu cresci, que me tratam como criança, etc. , etc. Sinto que eles me tratam de um jeito que só pais é que podem mesmo tratar os filhos, muito provavelmente por tudo de único que só esse amor de pai e mãe carrega. E eu me sinto muito acariciada, e adoro. Fofos!

Fato

quem de dentro de si não sai
vai morrer sem amar ninguém
Baden Powell/Vinícius de Moraes

24.7.06

vida costureira trançada na fé...
esse é um verso de uma música que eu adoro, cantada pelo Renato Braz - que definitivamente conquistou um lugar cativo no meu coração.
quem me conhece um pouquinho sabe que fé religiosa não é o meu forte. mas esse verso hoje me falou de continuar. acho que se liga ao apesar de, da Clarice, logo ali em baixo. essa coisa de fé na vida às vezes me emputece um tantão, me fala de passividade frente a coisas que, definitivamente, não deviam ser aceitas, tampouco naturalizadas. falo de desrespeito, de injustiça, de desigualdade, de concentração de renda, de racismo, de machismo.
hoje, porém, esse verso falou sobre outro tipo de fé na vida. sobre os processos, um dia após o outro, o que a gente incorpora, aprende, e depois nunca mais que é a mesma pessoa. e continua, e encontra sentido, ou cria novos sentidos. apesar de, inclusive.
*a música chama comunhão, no cd Quixote.

23.7.06

Redescobrir

Redescobri essa música essa semana. Acho que nem há muito o que comentar sobre ela, é só ouvir mesmo, prestando atenção na letra. Na voz da Elis, é sublime.
Ah, só um grifo: amor se fazer é tão prazer que é como se fosse dor, magia. Isso não é lindo? Gonzaguinha.

Como se fora brincadeira de roda, memória
Jogo do trabalho na dança das mãos, macias
Osuor dos corpos na canção da vida, história
O suor da vida no calor de irmãos, magia
Como um animal que sabe da floresta, perigosa
Redescobrir o sal que está na própria pele, macia
Redescobrir o doce no lamber das línguas, macias
Redescobrir o gosto e o sabor da festa, magia
Vai o bicho homem fruto da semente, memória
Renascer da própria força, própria luz e fé, memória
Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nós, história
Somos a semente, ato, mente e voz, magia
Não tenha medo, meu menino bobo, memória
Tudo principia na própria pessoa, beleza
Vai como a criança que não teme o tempo, mistério
Amor se fazer é tão prazer que é como se fosse dor, magia
Como se fora brincadeira de roda, memória
Jogo do trabalho na dança das mãos, macias
O suor dos corpos na canção da vida, história
Gonzaguinha

22.7.06

Eu, você e todos nós



Ontem dei uma fugida dessa minha internação aqui em casa: fui ao cinema com uma grande amiga. Queria assistir esse filme - Eu, você e todos nós - há algumas semanas, tinha visto um comentário de que era um filme necessário.
Sugestionada, esperava muito do filme, acho. Esperava que ele fosse necessário? Pois bem, não era o que eu esperava.
Era um filme sobre a solidão. A solidão do amor, a solidão dos sonhos, a solidão do cotidiano. E ao mesmo tempo, um filme sobre a intensa vontade de atravessar a ponte, de chegar ao outro. Inevitavelmente, é também um filme sobre o medo e o espanto da possibilidade de ter o outro por perto.
E se não era o que eu esperava, era o que eu precisava. Eu, você. Talvez todos nós.

20.7.06

Apesar de

"uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive, muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente."
Clarice Lispector - Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres

18.7.06

Hoje minha mãe esteve aqui. E eu devo confessar que ando chata, muito. Com ela fico pior, reclamona, sabe? Mimada, talvez.
Mas a questão é que hoje senti uma admiração tão profunda por ela. Reparei na grande qualidade que ela possui, de não julgar as pessoas. Com as pessoas, em geral, ela é gentil, carinhosa, coração aberto mesmo. Comigo, que ela conhece um pouquinho mais, é tudo isso e ainda generosa com os meus defeitos. Que ela conhece, mas não insiste em falar, repisar, cutucar.
Ligou para saber se eu estava bem, agora a pouco, e percebendo meu mal humor, não fez maiores perguntas, disse mamãe te ama, bom sono. E eu quis ser um pouco assim.

17.7.06

A raiva e a fome

Roncou de raiva a cuíca, roncou de fome
Alguém mandou
Mandou parar a cuíca
é coisas dos homi
A raiva dá pra parar, pra interromper
A fome não dá pra interromper
A raiva e a fome é coisa dos homi
A fome tem que ter raiva pra interromper
A raiva é a fome de interromper
A fome e raiva é a coisa dos homi...
João Bosco/Aldir Blanc

13.7.06

Zoombido

Dedo de Deus tocou em mim
A Fé
E a Beleza dessa
Mulher
Tocou em mim
Otto
Pra você que tem tv a cabo, toda quinta-feira, dez da noite, o Canal Brasil transmite um programa que chama Zoombido, apresentado pelo Moska. A cada semana ele recebe um artista da mpb, bate um papo, toca junto. Vale a pena. O convidado de hoje foi o Otto, e foi bem bacana.

Achou!


Dante Ozzetti e Ceumar fizeram uma parceria sublime. Dante divide a autoria das músicas com Luiz Tatit, Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Chico César. Ceumar interpreta. Posso dizer procês que é uma preciosidade. Comprem, comprem!

Vem me abraçar, vem
Vem reparar bem
Quem é que abraçou quem
Pois vou lhe abraçar também
Quem dá um abraço
Não sabe se deu
Ou se devolveu
Ou se perdeu
Quando o abraço sai de alguém e não volta
Nao envolveu
Anunciou
Renunciou
Dissolveu
Vem me abraçar, vem
Vem reparar bem
Quem é que abraçou quem
Pois vou lhe abraçar também
Quem quer um pedaço
Um pouco de alguém
Abraçando tem
E ainda mais
Se o abraço for além de um minuto
Aí é fatal
Envolveu
Você tem
Um alguém total
Alguém Total - Dante Ozzetti e Luiz Tatit

Tudo às tontas

Não, eu não me joguei pela janela, só estou por aqui quietinha. É que, como disse o Leminsk, tudo à minha volta anda às tontas. Óquei, eu sei que vai passar.
Já que não pinta um mísero trabalho sequer, eu estou preparando minha defesa, fazendo consertinhos aqui e acolá. Aí mandei para o G., e finalmente resolvi acreditar no que ela disse: os orientadores não nos deixariam encarar uma banca para ser destruído, então, ao menos com isso eu resolvi também parar de sofrer. Afinal, muitas vezes a gente pode escolher se pára ou segue sofrendo, né? Pode, pode sim.
Aí, nesse embalo, resolvi acreditar no último comentário dele. De que meu trabalho promete. Nossa, então tá. Tô me achando a tal. Qualquer coisa, culpa do meu orientador. Toda e qualquer coisa.
Aí eu vejo São Paulo explodindo, o Chuchu dizendo que aprova o que o Lembo faz, e o Lembo, bom, deixa pra lá, que por hora eu disse que resolvi não sofrer.
Eu sempre digo que sempre tem uma música boa pra alimentar a alma, né? Pois é, tem CD novo da Ceumar e do Dante Ozzetti, vou postar uma música em seguida. Aí tem CD novo do Renato Braz também. Mas eu não tenho dinheiro para adquirí-lo, sacomé? Agora, que eu tô me coçando por ele, fato. Mas fazendo as continhas de como gastar o dinheiro que não tenho, preferi comprar ingresso para o show de lançamento do CD, porque show de lançamento só tem um, né? E eu vou ficar ali, bem na frente, na segunda fileira.

8.7.06

P.S.

Coisa boa passear pelos blogs queridos na madrugada.

Distante


Eu ando tão resistente que resisto a escrever no blog. Não sei bem resistente a quê. Ou até sei, mas sinto uma preguiça...
A vida está assim meio suspensa, a espera pela defesa, a espera por um emprego. E um não saber o que fazer nesse ínterim. Ouvir música, ver shows, de repente. Já garanti meu ingresso para o show do Renato Bráz, lançamento do CD novo.
Tava relendo umas coisas da dissertação e achei legal pra caramba. Mas é só questão de ler de novo, num outro dia, e achar uma merda. A pessoa oscila, fazer o quê?
Os dias têm sido assim, bem mais ou menos. Suspensos. Aí acordo tarde e penso que minha analista estava errada, e eu preciso de análise sim, e preciso todo dia. Mas depois reconheço que tenho sim a bagagem para sobrevivência na selva, óquei, ela tem razão. Parece que o componente a ser acionado na bagagem é a paciência, comigo mesma, é claro. Vejamos como manejo isso.
Falei para a grande amiga, agora pouco, que é uma fase, é difícil, mas passar por essas coisas constitui o que somos. Então me surpreende essa capacidade de sempre encontrar coisas bacanas para dizer para as pessoas, e me surpreende ainda mais o fato de acreditar mesmo nelas. Só falta entender porque a distância entre acreditar e internalizar é tão grande. Vou ali tentar percorrê-la.

6.7.06

Amor em cinco tempos

3.7.06

Lembrança

Sobre a derrota de ontem, essa coisa de voltar para casa na Copa, disso eu só tenho uma pequena lembrança da Copa de 1990. Acho que é a minha primeira lembrança concreta de Copa do Mundo.
Depois veio a Copa de 1994. Meu avô diz que o time era ruim, mas eu, como boa entendedora, só lembro daquela angústia dos pênaltis, e do Baggio chutando para fora. Não, minto: o que mais lembro é do Taffarel ajoelhado, agradecendo, e de um membro da comissão técnica rolando no campo. Como gosto da emoção das comemorações, tenho algumas imagens fotografadas na cabeça. Lembrança boa de Copa, para mim, é aquele moço rolando no gramado.
Aí tem a lembrança triste: 1998. Era aniversário do meu avô, que é referência para muita coisa na minha vida. Como corintiano fanático que é, ele é A referência quando o assunto é futebol. Muito bem, em 1998 ele fazia 70 anos justamente no dia da final. Minha avó estava muito doente. Fizemos uma grande festa. E todo mundo sabe, perdemos a final. Não lembro muito do jogo, nem da reação do time. Fotografada na minha cabeça ficou a lembrança do meu avô chorando, aquelas lágrimas que escaparam.
No último sábado, mais uma vez, assisti ao jogo com o meu avô. Cheguei animada com a escalação do Juninho e do Gilberto Silva, a mudança tática, mas ele só sinalizou um semblante de hesitação: lembrou que o técnico nunca havia treinado esse time, temia pelo entrosamento. Durante a partida, meu técnico preferido não falou quase nada, não vibrou, tampouco lamentou. Foi minha vez de hesitar: a seleção não causava reação no meu avô? Justo nele?
O jogo acabou. Eu, que sentia um aperto no peito durante os últimos quinze minutos, acho que quis chorar. Mas meu avô não chorou, não ficou triste. Passou a mão pelos meus ombros e disse: não era um time, não merecia ganhar.
Nem sei o que ele fez depois disso. Mas se dele eu não tenho uma reação para lembrar, depois da desclassificação da seleção de 2006, para mim significa que talvez ela não seja mesmo digna de ser lembrada.