30.3.05

Lola

"Sabia
que ia acontecer você, um dia
E claro que já não me valeria nada
tudo que eu sabia
um dia.
Sabia..."

Com sono, ouvindo essa música linda aí de cima.
Mas quem canta é Maria Martha, e não o Chico. Ela é uma cantora muito boa, que eu conheci através de uma pessoa que admiro muito. Eu a vi cantar algumas vezes em bares aqui em São Paulo, mas sei que ela toca no Sesc e tem um CD gravado (que é bem legal também). Lembro da Maria Martha cantando moda de viola, que faz lembrar meu pai, enfim, só é gostoso ouví-la.
Sobre a pessoa que me apresentou a deliciosa cantora, é um homem especial, pai de uma amiga que há muito tempo não vejo. Muito tempo mesmo. Lembro dele contando das viagens que já fez, e essas viagens ficam aqui na minha cabeça, rodando, e eu as reinventando, e querendo que sejam minhas... Ele foi à Praga de trem. Um dia vou à Praga, e vou me lembrar da Teresa, do Tomas e do Kundera.
No mais, tem umas coisas que eu até sei, mas às vezes esqueço...

28.3.05

Segunda-feira

O bom de blog novo é que os títulos manjados ainda não foram usados, né? Segunda-feira, por exemplo...hehehe.
Sei que esta está MUITO chata.
Eu não gosto de trabalhar na segunda (que novidade, devo ser a única...rs). Mas a diferença é que de um tempo pra cá eu estava conseguindo organizar meus horários de modo que não precisava trabalhar na segunda, então a manhã era reservada pra dormir... Sim, um luxo só, dormir na manhã de segunda-feira!
Mas a partir dessa semana isso mudou, tenho que acordar cedo e trabalhar; não gostei, tô mal humorada!
E pra completar, ontem perdi as chaves de casa, aí dormi mal porque fiquei com a impressão de que minha amiga ia sair e me deixar trancada, então tive que madrugar e comprar as chaves, e ainda descobri que uma delas custa OITO reais. Absurdo, né?
Mas a daqui a pouco vou almoçar, aí fico feliz! hehehe...

26.3.05

Mais uma sobre mestrado...

Bom, o relógio marca 22:45. Terminei um texto sobre meu tema de pesquisa, que me trouxe muitas, mas muitas questões, dúvidas e angústias. Mas ao contrário do post anterior, esse será mais "otimista": no meio de toda essa angústia de pensar o tamanho da encrenca na qual me enfiei (rs), uma coisa quase bonita aconteceu. Descobri que esse processo de gestação de um trabalho intelecutal pode me contar algumas coisas sobre mim...
Primeiro pelo desafio. Eu, que no post anterior escrevi não ser capaz de fazê-lo, preciso descobrir uma maneira de me disciplinar minimante para produzir a tal da coisa. Será um desafio tamanho, e já deixei escapar um sorriso quando imaginei que, em menos de um ano, "a coisa" estará pronta.
Segundo, tem uma outra coisa mais abstrata, que foi exatamente sentir que a idéia de escrever uma dissertação vai tomando contornos mais nítidos na minha cabeça e produz um entusiamo que, confesso, em alguns momentos tive medo que não aparecesse. É quase bonito isso, e o trabalho intelectual, mais do que um trabalho meramente formal, se mostra também um exercício de reelaborações internas.
Enfim, parece que o entusiasmo apareceu, não obstante toda a carga de leitura, os prazos, e um medinho, lá no fundo, de não dar conta.
E, mais importante, minha sexta-feira de feriado termina menos "pesada", porque eu também lembrei que preciso, em tudo que faço, de algo que agite aqui dentro de mim e de alguma forma, faça algum sentido. E pode parecer uma loucura, mas só agora esse mestrado tá fazendo sentido pra mim... Talvez as coisas sejam assim mesmo, né?

23.3.05

Pra quê feriado?

Às vezes (na maioria delas, infelizmente), me convenço de que não nasci para fazer mestrado, ou qualquer outro trabalho intelectual, simplesmente porque NÃO tenho disciplina.
Na verdade não sei se é só disciplina, ou se está ligado a ter um ritmo de vida muito diferente daquele que tenho, sei lá, nem eu mesma tô entendendo o que quero escrever. Não convivo com muitas pessoas que fazem mestrado ou doutorado (além dos meus colegas de turma, claro), por isso não sei se sou a única desesperada, mas sempre tenho a impressão de que devia fazer tudo diferente.
Hoje, por exemplo, fui à aula, e voltei com três textos, além daqueles que já são "leitura atrasada", estão aqui, me olhando com aquela cara de punição... Para dar conta disso, minimamente, terei que passar TODOS os dias do feriado estudando. Mas e as outras coisas da vida? Nem falo de cerveja com os amigos, cinema, shows ou sessão pipoca com as minhas priminhas, de quem eu morro de saudade e vejo pouco... Estou falando de organizar a casa, cozinhar, lavar roupa, enfim, aqueles afazeres domésticos que tomam tempo (no meu caso, diante da minha destreza, tomam muito tempo).
Olha, ou eu sou realmente uma porta, ou essa história de trabalho intelectual (BEM FEITO) é coisa para poucos...

P.S> Seria tranquilo dizer isso se eu não estivesse a quatro meses do prazo para entregar a qualificação... Talvez devesse ter percebido que não nasci pra isso antes, né???

22.3.05

cotidiana...

Eu vivo sem carro. Não posso dizer que é por opção, porque nunca tive dinheiro para comprar um, mas também nunca foi prioridade. Sou daquelas que acredita que prioridade é transporte coletivo, e sonho com essa cidade com uma malha metroviária decente (já que mais ônibus é contrasenso, não cabe mais. O povo teria que deixar o carro em casa, mas...).
Muito bem, mas cada vez que vou ao mercado, essa história de não ter carro toma uma outra proporção: é duro carregar compras, não tem jeito. Pensei: poderíamos tomar um táxi. Mas custa muito caro, é absurdo o preço que se paga por um táxi nessa cidade.
Além disso, muitas vezes não saio à noite porque não tem como voltar de ônibus. Porém, no final do ano passado, quando estava no Rio de Janeiro, eu e amigos tão duros quanto eu andávamos de táxi à noite, para voltar da "balada", e lá não custa esse preço absurdo. Ah, lá também têm ônibus circulando de madrugada.
A questão é que eu e a Van (que mora comigo), carregamos toda nossa "compra" no lombo mesmo, reclamando da vida, do quanto a gente é explorado, excluído, do quanto a cidade não é pensada para seus cidadãos... Enfim, aquilo tudo que a gente já conhece, mas que, infelizmente, se acostuma...

19.3.05

O que se escreve num blog?

Pergunta idiota a minha. Não porque não se pergunte isso (já que eu, como boa educadora que pretendo ser, acho que a gente pode perguntar tudo mesmo. Acho até que quando tiver filhos, a parte que vou gostar mais é a dos por quês, que eu nunca sei se são juntos ou separados...hahaha). A pergunta é idiota porque (esse é junto!!!) eu leio tantos blogs, então já devia saber que... Já devia saber o que eu não sei, não sei o que escrever aqui.
Tá, então vou encher o saco de quem por ventura apareça por aqui com as minhas angústias por não avançar um milímetro que seja no meu projeto de mestrado. Bom, acabei de contar uma mentira: para avançar num projeto ele tem que existir, né?
Acho que não devia tornar público que não tenho projeto de mestrado com os prazos gritando para mim... É, ao menos já sei o que não devo escrever aqui...

18.3.05

Vamô brincá?

-Vamo brincá de ficá bestando e fazê cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando?
- Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto?
- Vamo brincá que a peste passô e que tá todo mundo de novo namorando?
- Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê?
- E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama e é por­reta ser poeta no planeta?
- Vamô brincá? Vamo brincá de pinel? E de poesia de amor?
- Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista? - Tô brincando de ilha.
- Vamo brincá?
HILDA HILST

Essa poesia que eu adoro para inaugurar o blog. Poesia também porque eu quero criar a tal da coisa, mas não tenho nada pra escrever agora. Bom, aí está.