Nostalgia
Hoje o dia estava nublado. E eu passei um frio lascado, porque a esperta aqui saiu de sandália.
Dia melancólico, sem graça, estranho. Uma vontade de sair correndo, uma ansiedade que é velha conhecida.
Desde ontem eu tenho experimentado uma sensação nostálgica. Lugares, pessoas, sensações que ficaram no passado e que vieram me visitar, para lembrar que de alguma forma me fazem falta. Ontem fui à casa dos meus pais, e no caminho, senti saudade daquelas ruas, de coisas cotidianas que eu fiz durante muitos anos ali naquele bairro. Acho que tenho me sentido um pouco sozinha.
Eu sempre gostei de ser um pouco só. Na verdade, muitas vezes eu preciso estar só. Mas mestrado é um caminho muito solitário. E eu estou farta de falar sobre mestrado. Hoje, pensando na instituição que estudo, no departamento, em determinadas discussões, linhas de pesquisa, me senti um gato entre os pombos. Talvez eu não goste tanto de ciência política, não de tudo.
Aí senti vontade de morar em outra cidade. Acho que por isso o gostinho por ser só: uma pretensa idéia de liberdade, de ir e vir, e não estar "preso". E me sentindo sozinha, ri de mim, achei tudo isso uma grande bobagem. Pareceu que tudo o que eu quero mesmo é criar laço, mesmo que provisório, sem certezas.
Senti vontade de dar aulas. E mesmo com a sensação de não me conformar àquele departamento, senti também que quero terminar esse mestrado. E fazer doutorado em sociologia. Sim, apesar de toda a bagunça mental que esse mestrado me coloca, eu quero fazer doutorado. Talvez no Rio de Janeiro. Em Botafogo. Maybe...
E quero me apaixonar. Pronto, quero, tenho dito. Quero não, preciso. Preciso misturar minha energia com outra energia. Quero misturar. Essa energia do apaixonamento tá fazendo falta. Sei que durante algum tempo esse estar sozinha foi escolha. Mas não é mais.