30.3.06
Flores
27.3.06
Parênteses
Aí tava ouvindo “Dindi”. Diz assim: “Ah, Dindi, se um dia você for embora, me leva contigo, Dindi”.
Que linda essa música, sempre gostei. Acho que queria falar um pouco de amor. Óquei, minha energia está direcionada em terminar a dissertação (adoro falar “terminar”, parece que está meio pronta, hahaha). Mas tava aqui pensando nas tantas cositas de amor. Tomar café na padaria, ler jornal abraçado, transar na cozinha, esperar ligações, brigar e fazer as pazes, ah, ouvir essas músicas e querer cantar, dedicar. Eu quero tudo isso, e fico me perguntando, assim, nesses parênteses, como e com quem.
Porque tem aqueles que não se interessam por mim, simplesmente, e aí fazer o quê, né, não sou uma unanimidade nacional. Aqueles que também não me interessam, mas esses não contam. Aqueles que não mergulham, não se entregam, não se dão. Podem até viver aquela coisa morna, que tudo bem, cada um na sua, mas como a questão é quem vai viver comigo, entonces, não gosto. E tem aqueles que acham que se entregam. Acham que amam horrores, se jogam, amam no segundo encontro, casam no terceiro, e não entendem porque, afinal de contas, a vida é tão injusta com eles. E nesse caso também, minha gente, não liga comigo, eu sempre acho que a coisa não é comigo, é com quem quiser preencher esse lugar muito provavelmente “impreenchível” (nuussa, que palavra horripilante). Aí, assustada, eu digo não. Ou nem tento mesmo. Talvez se esconder seja uma faca de dois gumes mesmo: é possível tanto sair correndo do envolvimento quanto querer casar no terceiro encontro, porque, em ambos os casos, não têm processo, não tem troca, tudo já está meio pré-estabelecido, né?
Enfim, não quero me tornar uma analista do comportamento amoroso de seu ninguém, to mais interessada mesmo em poder me comportar amorosamente com alguém. Ou estou escrevendo esse monte de besteiras para me distrair um pouco desse texto da dissertação e do assombro de estar mudando sozinha para um apartamento há exatos dois meses do dia de depósito da teeeese. Sei lá.
25.3.06
Tucanando
Eis que o prefeito José Serra assume a prefeitura. De cara, diminui o alcance do bilhete único para quatro passagens no período máximo de duas horas. Isso mesmo: o direito foi restringido.
Então, a partir de 18 de março, para utilizar o bilhete único, o cidadão precisa ter cadastrado o mesmo junto à SPTrans. A desculpa? Intensa falsificação de bilhetes. Acontece que não pára por aí. Mesmo cadastrado, se o bilhete não estiver carregado, a pessoa não pode utilizar mais do que uma condução: o bilhete não pode mais ser validado na hora.
Para carregar o bilhete único, é necessário pagar no mínimo, oito reais. Uma pessoa de baixa renda (que são as que mais usam o benefício) pode não ter oito reais para comprar comida, quem dirá para carregar um bilhete antecipadamente. E aí essa pessoa não utiliza o benefício.
Realmente, o prefeito não retirou o bilhete único. Ele dificulta, neutraliza a possibilidade de usar. E a vamos todos nos submetendo. E aí, tudo bem?
24.3.06
Mamãe, coragem!
Contrato encaminhado, devo assinar semana que vem, e aí mudo de casa. Sim, eu não tenho limites, porque mudar agora, com o prazo do mestrado estourando, né? Freud deve explicar porque essa fúria toda, de querer fazer tudo, e tudo junto, e desse jeito. Mas minha analista disse ontem que eu não preciso de análise agora, entonces...
Pois é, minha gente. Estava eu muito angustiada: não tenho grana para mais nada, absolutamente. Nada de pagar análise. Fui toda triste para a sessão, e contei. Querendo fazer uma mágica para esticar a grana e continuar. Sei lá, consórcio de análise, coisas do tipo. Então deito no divã e falo. E fico alegremente surpresa com a resposta.
Ela disse que eu não preciso de análise agora. Que eu tenho bagagem, tenho força e a convicção de que posso arcar com as minhas escolhas. Que eu não preciso me esconder no medo de não conseguir, de esquecer dessas convições, de não ter força. Disse por fim para eu fazer o que quero e preciso: levanta e vai, pega sua vida com as suas mãos. Essa última frase grifada é minha, é como eu ouvi.
Isso me fez muito feliz. Sem nenhuma falsa modéstia, não esperava ouvir isso. Mas fiquei muito feliz com essa postura. Confio plenamente para saber que ela foi honesta, que me acompanha há bastante tempo e sabe o que está dizendo. Óquei, eu vou.
22.3.06
Pernambuco falando para o mundo
Em meio à dissertação a ser feita nos 45 do segundo tempo, junto com mudança de casa e muitas dúvidas existênciais, sempre tem uma música (ou muitas delas) para alegrar o coração, soltar o corpo, e o grito. Ontem foi ele quem fez o favor de tornar minha noite mais agradável...

21.3.06
Pérolas
- olhando a rua do apartamento, minha mãe pergunta: aqui é perigoso? O imbecil responde, para a minha mãe (é necessário sublinhar): é, meio estranho, né?
- ligo para um outro corretor, pergunto como é o apartamento. Ele responde: ah, é bem feio, de fundos. Para ir ao banheiro tem que passar pela cozinha, viu? Você quer ver mesmo assim?
18.3.06
Brincando...
Para comemorar o aniversário do blog, a música que lhe deu o nome:
Eu faço mar
17.3.06
Chegando
O que dá para dizer, por hora, é que crescer é difícil pra burro. Dar-se conta de que estamos escolhendo o tempo todo, então... Gente, que gastura!
11.3.06
Antes tarde...
- tenho mania de arrumar meus CDs segundo uma lógica que só eu conheço. Estou sempre, sempre, arrumado, organizando os bichinhos.
- tenho mania de comprar CDs. Ou seria compulsão mesmo?
- tenho mania de beber toda e qualquer coisa em goles bem pequenos. "Bicadinhas", como diz meu pai.
- tenho tomar chá verde ou de hortelã enquanto vejo meus e-mails. É a primeira coisa que faço ao acordar.
- tenho mania de nunca lembrar as minhas MUITAS manias na hora que tenho que contá-las a alguém...
9.3.06
Electra
Sendo assim, meus caros, fica a questão: se a relação que a gente estabelece com os homens está ligada à relação que temos com o pai, como posso me tornar uma mulher menos exigente tendo um pai desses?
8.3.06
Veio de um homem...
Sexo frágil, pois sim!
Ouvi uma vez um humorista dizendo que "todas as conquistas masculinas, da invenção da roda à conquista do espaço aconteceram por ter uma mulher envolvida, e por nossa necessidade constante de mostrarmos que estamos fazendo algo que valha a pena".
Vou mais longe: Marx teria escrito O Capital pensando em assuntos que pudessem impressionar a vizinha, que acabara de se tornar doutora. Graham Bell inventou o telefone pensando na possibilidade de trocá-lo com aquela moça bonita no café, dias atrás. Frank Sinatra (e essa é verdade!) só conseguiu cantar - e gravar -"Stormy Weather" porque o primeiro professor de música lascou: "Já levou um fora? Cante pensando nesse fora"
O grau de envolvimento das figuras femininas em todos os momentos da história (e de nossas histórias particulares) só é proporcional à estupidez e arrogância masculinas em dizer que não é nada disso. É verdade que em determinados aspectos os tempos estão mudando; antes encostávamos a mão na parede e dizíamos: "Hei garota, eu dirijo um caminhão de 30 toneladas, o que você acha disso?", hoje muito provavelmente vocês responderiam que dirigem um de 60... Estamos um pouco assustados e confusos com isso, o que talvez explique uma série de atos estúpidos ocorrendo ao redor do mundo como o Bush ter sido reeleito e essa coisa toda do terrorismo.
Com o tempo, espero, vamos os homens voltar a olhar nos seus olhos. E dessa vez ao invés de ver fragilidade, vamos ver força. Ao invés de ver submissão vamos ver que só podemos conquistar alguma coisa se trabalharmos juntos. Vamos nos perceber complementares. E vamos ver que acima de tudo, isso é maravilhoso.
Agora, vejam a lista de emails aí em cima. Cada uma de vocês me influenciou de um jeito: da minha mãe, a primeira mulher que conheci, à Renata - a mulher que um dia me pegou pelo colarinho e disse que não soltava mais (não solta, não solta não) - passando por colegas de trabalho, tias, amigas, mulheres feitas e mulheres que ainda estão se fazendo. Sou gratíssimo a cada uma de vocês pelo fato de existirem e serem mulheres.
O mundo precisa da luz que vêm de vocês todos os dias. Nós, frágeis homens, precisamos continuar nascendo, crescendo, levando bronca (eternamente né Rê?), perguntando onde está aquele negócio que estava ali mesmo ontem à noite e hoje não está mais (nossa incapacidade de procurar a mesma coisa em dois lugares diferentes vem de tempos remotos e me leva a crer que na verdade nós é que não temos raciocínio espacial), dizendo "deixa comigo" com o peito estufado no trânsito para ver que está completamente enganado, e escrevendo crônicas como essa no dia das mulheres. E se o texto está bom, ainda está aquém da inspiração.
Em tempo, quero lembrar das mulheres que sofrem todos os dias diversos e terríveis tipos de abuso, direta ou indiretamente causados por nossa estupidez. Ofereço, ainda que inútil, minha solidariedade e minha dor.
Quero lembrar também as mulheres maravilhosas que inspiraram esse dia, e que continuam inspirando na luta diária pelo sustento seu e dos seus. Obrigado por nos abrir os olhos.
Obrigado a todas vocês.
leonardo carvalho
6.3.06
Como tudo
Até agora escrevendo. Ou pelo menos tentando.
Tava aqui pensando sobre ficar "descrevendo" aqui minhas angústias com a bendita "teeese". Acho que queria ter outro assunto. Mas estou monotemática, amorecos. Resistam, não me abandonem. Dizem por aí que passa, e eu estou realmente contando com isso.
Hoje li um texto "cascudo", que eu tava resistindo mesmo. Será por que o cara tá na minha banca? Provável, quase certo.
Aí que não tem muito a ver com o meu tema. Falamos, ambos, de sociedade civil. Ele, do conceito teórico. Eu, de outra coisa, mas eu ainda não consigo descrever bem o que. Acho que eu falo do sentido político das ações da sociedade civil, e a implicação disso no processo de consolidação democrática (agora mesmo vou copiar e colar isso lá no arquivo-tese. porque é sempre assim, eu só consigo explicar assim, distraída).
Pois é, mas sei que quando terminei de ler o texto do bonitón (si, si, o homi é um pedaço!), senti uma angústia. Não vi muita diferença entre minhas idéias e um monte de esterco, para ser mais exata. Então ouvi um bocadinho de alimento para a alma (music makes the people...), comprei comidinha gostosa, vi um filminho bobo (mas bobo mesmo, não precisava ser tããão bobo), de quebra encontrei essa música linda aí de cima, e voltei. Encarei a bichinha, li o que estava escrito, apaguei umas coisas, escrevi mais um pouco. Me convenci de que o Gabriel está certo, e não tem porque eu mexer com teoria de sociedade civil nesse trabalho. Quis ser menos teimosa, e acreditar em tudo o que ele fala sem pestanejar.
Continuo insegura, pisando em ovos, mas tentando lembrar que eu não posso falar com toda propriedade do mundo sobre um trabalho que não está pronto. Não, não é verdade que eu não tenho nada, nem objeto, nem projeto, nem nada, como falei para minha amiga ao telefone, no começo da noite. Estamos, a "teeese" e eu, num processo de elaboração constante. Como acontece com tudo na vida.
5.3.06
Um segundo
4.3.06
Estranha
Lembra aquilo de não querer? Não passa. Não quero, obrigada.
Não sei. Tem a tese. Mas com ela tudo bem, ao menos é o que parece. É o que eu quero fazer, e estou fazendo. Preciso ter coragem para ser avaliada. E coragem é uma coisa que eu sempre tive. Resta encontrá-la, perdida por aqui. Estaria em baixo da cama?
Faz um tempinho, comecei com essa história de olhar para as coisas de fora; quase uma arrogância, distante. Até gostava, no começo: não me atinge. Mas a questão é que eu preciso ser atingida. Preciso sentir, quero querer, sentir o gosto. Assim, sem querer, é muito estranho.
2.3.06
Uma menina igual a mil
1.3.06
...
Procurando um novo lar. Vimos dois apês bem bacanas hoje, um é divino, mas é muito caro para a minha pobreza atual.
Acho que preciso ficar quietinha e esperar passar. Deixa doer, só assim cicatriza, já sei, já aprendi.