26.4.05

Nostalgia

Quem é essa voz, que assombração
seu corpo carrega?
Terá um capuz, será o ladrão?
Que horas você chega?
Me sopre novamente as canções
com que você me engana
Que blusa você, com o seu cheiro,
deixou na minha cama?
Você, quando não dorme
quem é que você chama?
Você, você (Chico Buarque e Guinga)


Hoje o dia estava nublado. E eu passei um frio lascado, porque a esperta aqui saiu de sandália.
Dia melancólico, sem graça, estranho. Uma vontade de sair correndo, uma ansiedade que é velha conhecida.
Desde ontem eu tenho experimentado uma sensação nostálgica. Lugares, pessoas, sensações que ficaram no passado e que vieram me visitar, para lembrar que de alguma forma me fazem falta. Ontem fui à casa dos meus pais, e no caminho, senti saudade daquelas ruas, de coisas cotidianas que eu fiz durante muitos anos ali naquele bairro. Acho que tenho me sentido um pouco sozinha.
Eu sempre gostei de ser um pouco só. Na verdade, muitas vezes eu preciso estar só. Mas mestrado é um caminho muito solitário. E eu estou farta de falar sobre mestrado. Hoje, pensando na instituição que estudo, no departamento, em determinadas discussões, linhas de pesquisa, me senti um gato entre os pombos. Talvez eu não goste tanto de ciência política, não de tudo.
Aí senti vontade de morar em outra cidade. Acho que por isso o gostinho por ser só: uma pretensa idéia de liberdade, de ir e vir, e não estar "preso". E me sentindo sozinha, ri de mim, achei tudo isso uma grande bobagem. Pareceu que tudo o que eu quero mesmo é criar laço, mesmo que provisório, sem certezas.
Senti vontade de dar aulas. E mesmo com a sensação de não me conformar àquele departamento, senti também que quero terminar esse mestrado. E fazer doutorado em sociologia. Sim, apesar de toda a bagunça mental que esse mestrado me coloca, eu quero fazer doutorado. Talvez no Rio de Janeiro. Em Botafogo. Maybe...
E quero me apaixonar. Pronto, quero, tenho dito. Quero não, preciso. Preciso misturar minha energia com outra energia. Quero misturar. Essa energia do apaixonamento tá fazendo falta. Sei que durante algum tempo esse estar sozinha foi escolha. Mas não é mais.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

kellen querida, posso lhe dizer que depois da euforia inicial, essa coisa de morar fora da casa dos pais traz mesmo essa sensação de solidão. Ser sozinho na casa dos pais é completamente diferente de ser sozinho na sua própria casa. Afinal, a gente tem que criar novos vínculos (diários), novas atividades solitárias e tudo, enfim, tem a ver com: o que quero eu, afinal, desta vida? Não esquente, que a resposta não vem, mas a busca fica mais divertida... bj, zé

10:54 AM, abril 27, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Eita! Também sinto falta de andar pelo bairro, contigo, falando mal de quem queremos bem... rs
Mas tá vendo como estar só também faz bem?! Já está determinada, certa do que quer. Agora é deixar acontecer ou, como quase sempre é necessário, fazer acontecer.
Boa sorte, amiga.
Lenina

9:58 AM, abril 29, 2005  
Blogger kellen said...

hehe...
andar pelo bairro falando mal de quem queremos bem... ótima lembrança!
Ah, gostei muito dos comentários!
Zé, do seu também! Besitos

12:33 PM, abril 29, 2005  
Anonymous Anônimo said...

oi......

Eu num kero q vc vá fazer mestrado no rio..... Eu vou morrer de saudades.... (embora eu ache q ia ser legal t visitar) Eu kero t ver mais!!! Vc vem pouco aki... (sei q vc veio quinta, mas num é suficiente...)

Gosto mto, mto, mto de vc
beijos da sua priminha!!

11:18 PM, abril 30, 2005  

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