Cá com meus botões
"Sempre que te vejo assim
Linda, nua, e um pouco nervosa
Minha velha alma, ganha alma nova"
Pensando que eu preciso ganhar mais um bocadinho de dinheiro, tá apertado. Mas preciso mesmo é de ter vontade de fazer e viver coisas, isso que é vital. Por hora, tá comigo.
Tenho pensado bastante sobre resistir. Essas micro-resistências diárias.
Claro que é difícil pra c*ralho nesse mundo cão. Claro que a gente olha para tudo em volta e se pergunta: pra quê? Pra onde?
Mas fiquei pensando também em outras "revoluções", e resistências. Aquelas individuais, diárias, das quais só a gente mesmo pode dar conta.
Como a história de se cuidar um bocadinho. Porque aí a gente reclama que aquela calça não entra mais. Mas e se a gente resolve se exercitar ao invés de comer uma alface no almoço que só serve para deixar mais infeliz? E se, mesmo se exercitando e tals, a gente não consegue mais "entrar no jeans" de muitos anos átras, e aí desencana e se aceita assim, gostosa do jeito que é?
E tem aquela dor no braço, aquela, tendinite-medo-da-tese. Mas e se a gente começa aquelas aulas de alongamento, que são tão bacanas? E que não tem nada a ver com a tortura que é uma aula de musculação, ao contrário, é um prazer...
A vida é dura, o caminho é de pedras, cheio de artigos, e trabalho, e prazos, e dissertação, e isso-e-aquilo. Mas dá pra ver aquele filme do Truffaut ou do Fellini. Sempre dá. Dá pra caminhar na Paulista à noite, observar aquelas-todas-luzes. Assistir aquele showzinho de-grátis no Sesc Consolação (ou em qualquer outro SESC). Dá até para comer um petit gateau e ficar feliz da vida.
E tem o aluguel, a conta do telefone, e tantas e tantas cositas pra pensar/pagar. Mas tem também tanto CD bacana para ouvir, alimentar a alma. Tem sempre minhas amigas e amigos tão especiais, pra beber-e-conversar-e-rir-e-chorar. Tem puf, dvd e edredon, e a amiga-companheira-de-casa mais bacana do mundo, pra dividir filmes, pipoca, brigadeiro, angústias e risadas.
Tem hábitos para mudar, coisas para melhorar. Mas dá para mudar um hábito por dia, ao invés de se colocar aquelas metas impossíveis, que só servem pra nos dar a sensação de mais fracasso.
E se a gente experimenta um outro caminho? E se aceita que a vida é inédita assim mesmo, sem script? E se a gente se faz carinho, será que dói?
E se, nesse ínterim que chamam por aí de existência, a gente consegue viver um dia, depois o outro? O que será que dá?
5 Comments:
nuuussa, de novo: ADOREI esse post.
:))))))
eu também, seus textos estão ótimos mesmo!
"E se a gente se faz carinho, será que dói?". Dói não, faz bem.
Beijos
que coisa essa nossa "conexão", hein? passei a amnhã inteira ouvindo essa música, o resto do dia com ela na cabeça...
beijo
Bom, como todos: adorei esse post. A gente vai devagarinho e, de repente, se lembra do que escreveu o Rosa: felicidade se acha em horinhas de descuido.
Abração
Ca
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