14.2.06

A saga

"que salta de sonho em sonho
e não quebra telha
que passa através do amor
e não se atrapalha
que cruza o rio e não se molha"
Ludo Real - Chico Buarque /Vinícius Cantuária
Pois é, a saga continua. Se a gente perde ou não perde a bolsa? Não se sabe, mais uma semana, a comissão de bolsas vai se reunir. Ai, a burrocracia. Que não dá conta nem das próprias regras que inventa, naturalmente.
Ando cansada que só, querendo sair correndo.
Pensei em perguntar para os búzios se perco a bolsa ou não, definitivamente. Deve ser mais preciso.
Então amanhã vou me matricular na natação, tá decidido. Preciso cuidar do corpo. Retomar a relação com o corpo, mais precisamente. Cuidar desse braço, cuidar de mim. Não quero chegar ao final dos quatro últimos meses em frangalhos, vejamos o que consigo.
Estou cansada. Não, não é cansaço físico. É cansaço abstrato. Hoje senti tanto sono, tanto. Fugi para a cama da minha mãe, literalmente. Fugi para o feijão com arroz da minha mãe. Voltei para casa de moto, brincando com o meu irmão.
Agora, de frente para a tela, estou meio assustada. Meio que com medo desse mundo todo, desse mundo pouco. Lembrei da música que um amigo novo comentou, no sábado: queria saber pular de sonho em sonho sem quebrar telha. Só um pouquinho que fosse.