Muro
"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
ou foi mundo então que cresceu?"
Chico Buarque - Roda Viva
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
ou foi mundo então que cresceu?"
Chico Buarque - Roda Viva
"Eu tenho medo e medo está por fora
Medo está por dentro do teu coração
(...) Eu tenho medo de abrir a porta
Que dá para o sertão da minha solidão"
Belchior - Pequeno Mapa do Tempo
Medo está por dentro do teu coração
(...) Eu tenho medo de abrir a porta
Que dá para o sertão da minha solidão"
Belchior - Pequeno Mapa do Tempo
Juro que não queria começar 2006 transformando o humilde espaço em muro de lamentações. Mas se tá tudo bem chatinho, comé-que-faz?
Comprei comida japonesa, botei DVD do Chico com a Mangueira verde-e-rosa, duas paixões, vejam só. Adiantou não, minha gente. Uma "tristezazinha" que insiste, danada.
Insatisfeita pra mais de metro com o trabalho. Trabalho... Que trabalho? Hoje ouvi de uma pessoa da maior confiança, "Kellen, não dá para contar não, não é um emprego". Pois é, não dá. Descobri isso hoje?
Sabe o que mais? Queria não saber de um monte de coisas. Queria não saber que emprego é uma grande ilusão no capitalismo flexível. Queria não saber que a precarização detonou a estrutura social e a identidade do trabalhador, queria não saber (e não ter escrito sobre) a enormidade de casos de depressão por esse motivo. Queria não saber que escolhi me dedicar à pesquisa num país de iletrados. Queria me ocupar da cor da sandália nova, da balada da sexta-feira, vamos lá, eu só tenho 26 anos. Acho que não queria mais tanta "verdade".
Comprei comida japonesa, botei DVD do Chico com a Mangueira verde-e-rosa, duas paixões, vejam só. Adiantou não, minha gente. Uma "tristezazinha" que insiste, danada.
Insatisfeita pra mais de metro com o trabalho. Trabalho... Que trabalho? Hoje ouvi de uma pessoa da maior confiança, "Kellen, não dá para contar não, não é um emprego". Pois é, não dá. Descobri isso hoje?
Sabe o que mais? Queria não saber de um monte de coisas. Queria não saber que emprego é uma grande ilusão no capitalismo flexível. Queria não saber que a precarização detonou a estrutura social e a identidade do trabalhador, queria não saber (e não ter escrito sobre) a enormidade de casos de depressão por esse motivo. Queria não saber que escolhi me dedicar à pesquisa num país de iletrados. Queria me ocupar da cor da sandália nova, da balada da sexta-feira, vamos lá, eu só tenho 26 anos. Acho que não queria mais tanta "verdade".
E a teeese? Sei lá dela, nem ela sabe de mim. Tô com medo, medão. Não, não dá tempo de fazer uma coisa bem decente como eu gostaria. Não, não é firula. Tô lascada mesmo. E nada de retomar, vontade nenhuma. Talvez amanhã eu vá ao clube, tomar um sol na pele clara. Já sei, já descobri na análise, quando tá difícil, emperrado, não adianta arrombar a porta. Pelo menos isso, não vou forçar. Dizem por aí que passa, que melhora. Pena eu não ter argumentos para acreditar.
4 Comments:
Conhece a história da tradição sufi? Tudo passa. Ainda bem. :)
Tô aqui, visse?
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Tudo passa, até uva passa (pessimaaaa)
Bjo, adorei o blog
Valeu, Didi!
Lu, bem vinda, obrigada pela visita! Não consegui acessar seu blog, deixa o endereço, ok? Beijos
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