10.12.05

Certezas

Lembro de um tempo não muito distante, em que eu sofria muito, na ânsia de ter certezas. Coisa de adolescência, esse período do qual não sinto nenhuma falta.
Aí depois eu fui percebendo que as certezas são poucas e sempre provisórias. Amor eterno? No way. Verdades absolutas? Oh, baby, no, no way. Crença em deuses onipotentes? Hum...
Mas existem algumas outras certezinhas, dessas assim mais simples, menos abstratas. Certeza de que chuva molha, de que cheque sem fundo volta, de que meu pai vai sempre me mandar tomar cuidado ao atravessar a rua, mesmo quando eu tiver sessenta anos.
Pois é. Mas hoje, foi difícil explicar a minha necessidade de uma certeza. Não, não é possível que a instituição na qual eu estudo me diga, COM CERTEZA, com quanto tempo de prazo eu posso, EFETIVAMENTE, contar. Tampouco há a certeza de que eu continuo ou não com bolsa depois de fevereiro. A regra, segundo eles, é clara (!): pediu prorrogação, perde a bolsa, é justo. Mas a minha boca é grande, e eu não me furto a esbravejar: justo na concepção de quem, cara pálida? Ah, nesse caso, vamos analisar, vamos esperar, veremos.
E assim, eu sigo, no escuro. A única certeza é a de que eu termino esse ano sem essa necessária CERTEZA.